Um alentejano pobre, o mais pobre da aldeia, que só tinha uma bicicleta, um dia chega ao Café com um belo carro descapotável. Admirados, perguntam-lhe os outros:

--Atão, compadri, onde arranjou esse carrinho?

--Nem calculam. Vi uma moça na estrada, bem jeitosa, por sinal, a chorar e perguntê-lhe "Atão o que é que se passa?" e ela respondeu "Veja lá, o carro é novinho em folha e já está avariado". Eu abri o motor, liguê dois fios e pronto, o carro ficou arranjado. Atão ela puxou-me para trás de um chaparro, despiu-se toda e disse-me "Para pagar o trabalho que o senhor teve, faça o que quiser". E eu fiz, meti-me no carro e abalê com ele.

Em coro, dizem-lhe os outros:

--E vossemecê fez muito bem, compadri. De certeza que a roupa também nã lhe servia...